Instituição Social - Igreja

A Igreja é uma das instituições mais importantes para a organização social. A religião é considerada um fenômeno social que pode ser encontrado em todas as sociedades. Na Europa, a igreja dominou a sociedade por séculos, juntamente com a classe de dirigentes dos monarcas e aristocratas. Essa importância é reforçada com o fato de que as ciências sociais estudam e se manifestaram sobre a instituição religiosa.

Encontrada em todas as sociedades, a religião é a única que não se baseia apenas em necessidades físicas do homem. Tentando explicar esse fato, Summer e Keller entendem que as instituições consistem em meios através dos quais o homem procura ajustar-se ao seu ambiente. Esses ambientes são: o natural, o social e o sobrenatural. Dessa forma, a instituição religiosa, ou igreja, seria o único meio pelo qual o homem tem para se ajustar a seu ambiente sobrenatural, o que justifica o fato dessa instituição estar presente em todas as sociedades.

Cabe observar que a igreja católica foi a instituição mais poderosa da idade Média. Chegou a ser proprietária de quase dois terços das terras da Europa ocidental. Essa riqueza a tornou uma grande senhora feudal, o que possibilitou a sua participação nas relações suserania e vassalagem, além do controle da servidão dos camponeses. Com isso, nessa época a ordem social estava baseada em regras essencialmente religiosas. Acrescenta-se que a igreja perdeu poder a partir de 1789, com a Revolução Francesa, e com o fenômeno da secularização da sociedade.

Émile Durkheim, Max Weber e Karl Marx, considerados fundadores das ciências sociais, oferecem análises sobre o papel desempenhado pela instituição religiosa na sociedade. Inicialmente, observa-se que no ensaio Uma contribuição à crítica da filosofia do direito de Hegel, Karl Marx afirmou que “A religião é o suspiro da criatura oprimida, o ânimo de um mundo sem coração e a alma de situações sem alma. A religião é o ópio do povo”. Um tempo depois, na obra A ética protestante e o espírito do capitalismo (1904-1905), Max Weber ofereceu uma análise do papel desempenhado por ideias, crenças e valores religiosos – especialmente o protestantismo – na ascensão do capitalismo moderno. Em 1912, Émile Durkheim publicou o livro As Formas Elementares de Vida Religiosa, onde apresentou um estudo na tentativa de formular uma teoria geral da religião, buscando identificar um modo de entender a natureza desse fenômeno e sua importância para a vida social e até onde a ciência pode demonstrar o entendimento mais abstrato.

Concluímos que a igreja tem papel fundamental na estabilidade social. Isto é, ela ainda é um dos mais fortes componentes de formação do caráter e do modo de ser de qualquer povo, devido a sua história e sua função de ajustar o homem ao meio sobrenatural. Por certo, mesmo nas sociedades secularizadas de hoje, onde os indivíduos tendem a orientar os seus atos por critérios utilitaristas ou pragmáticos, a religião está presente até mesmo no comportamento das pessoas que se dizem não religiosas. Isso ocorre pelo fato de que os ideais éticos da religião, estando presentes em toda a cultura, são impressos nos indivíduos no processo de socialização a que são submetidos.

Outras instituições:

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